A alimentação correta na infância é um dos aspectos mais importantes para promover o crescimento saudável, desenvolvimento e qualidade de vida nesta fase. Os pais têm um papel extremamente importante na educação nutricional de seus filhos; afinal, os pais devem ser bons exemplos para eles, mostrando o quanto é importante ter hábitos saudáveis.
As conseqüências da má alimentação na infância podem ser traduzidas, a longo prazo, em doenças crônicas e patologias graves. Uma alimentação equilibrada compensa estes riscos na vida adulta.
Sabemos que, para algumas crianças, variedade alimentar e muitas cores no prato acabam sendo tarefas difíceis no dia a dia, devido à resistência em experimentar novos alimentos. Uma alternativa para os pais é sempre buscar o diálogo na hora das refeições e fora delas também. A imposição para que seus filhos consumam determinados alimentos não fará com que gostem destes alimentos; essa atitude apenas contribuirá para transformar a hora da refeição em uma guerra mental. Além disso, alguns pais estabelecem trocas, oferecendo algo para que seus filhos experimentem algum alimento específico. Essa atitude também não ajuda no processo educacional, pois assim o filho terá como idealização que, se comer tudo, sempre ganhará algo em troca e não entenderá o verdadeiro significado de uma boa alimentação, equilibrada e diversificada.
Devemos considerar, entretanto, que não existem apenas as crianças que ‘’não comem’’; hoje em dia, um dos maiores problemas, já na infância, é dos excessos alimentares. A obesidade infantil é uma doença auto adquirida que, atualmente, é considerada epidêmica, devido à sua elevada incidência.
No Brasil, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, até 2025, o número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito para evitar o crescimento acelerado da obesidade infantil.
A obesidade infantil pode ter muitas causas – geralmente, há uma combinação delas. Fatores genéticos, hormonais e alguns medicamentos podem contribuir para o excesso de peso. Entretanto, os principais vilões são a má alimentação e a falta de atividades físicas.
Assim, a melhor estratégia para que a criança mantenha ou perca peso é, justamente, mudar seu estilo de vida. E isso será muito mais fácil se ela tiver exemplos positivos em casa. Portanto, o ideal é que a família toda incorpore a mudança de hábitos.
Para que a criança se mantenha no caminho do peso saudável, é crucial a ajuda dos pais. Deixo aqui, breves dicas de como orientar seu filho:
– Evite alimentos industrializados em casa: biscoitos, salgadinhos, sucos prontos, refrigerantes. Estes alimentos são ricos em gorduras e açúcares.
– Limite o consumo de fast-foods, refrigerantes e bebidas açucaradas.
– Sempre que possível, as refeições devem ser feitas em família, à mesa, sem distrações como celulares, notebooks, televisores.
– Sempre busque servir alimentos assados e grelhados, variedades de verduras, legumes e saladas.
– Encoraje-o à prática de atividade física, aspecto essencial no processo de perda de peso e na aquisição de hábitos saudáveis. Busque sempre um profissional qualificado para orientá-lo.
Deve-se entender que comer bem e ter variedade alimentar é essencial na alimentação infantil (da mesma forma na vida adulta) e deve-se sempre buscar uma vida de hábitos saudáveis. Considere, para você e seu filho, levar a vida guiada pela antiga (e verdadeira) frase “Você é o que você come”.
Lembre-se, é importante um acompanhamento médico e nutricional no processo de desenvolvimento alimentar saudável do seu filho. Busque sempre profissionais para orientações.
Gabriela Castro – Nutricionista – CRN3 51765P
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