Os pacientes portadores de diabetes precisam participar de forma ativa do seu tratamento. Além da observação e cuidado com os pés, já tratado em outra publicação (“Cuidados com os pés em pessoas com diabetes”), outro aspecto importante é a monitorização de glicemia que deve ser feita em casa, pelo próprio paciente ou por algum familiar que auxilie nos cuidados.
Por que fazer a monitorização glicêmica?
O objetivo principal no tratamento do diabetes é a normalização dos níveis glicêmicos, para que possam ser evitadas a maior parte das complicações crônicas decorrentes da doença. Os exames de sangue para verificação glicêmica, com a dosagem dos níveis de glicemia e de hemoglobina glicada (“Exame de hemoglobina glicada”), são feitos periodicamente, a cada 3 meses, aproximadamente. Portanto, a monitorização da glicemia realizada em casa pode ser de grande ajuda no período entre os exames laboratoriais.
Como é feita a monitorização glicêmica?
A monitorização glicêmica pode ser feita com fitas e aparelhos que medem a glicose a partir de uma gota de sangue, após uma pequena picada no dedo, ou pode ser feita através de sensores que ficam sob a pele, por períodos de 7 a 15 dias, e que controlam os níveis de glicose continuamente (Monitorização Contínua de Glicose).
A melhor estratégia para a monitorização glicêmica e a frequência para que a monitorização seja realizada em casa dependerão do tipo de diabetes (tipo 1 ou tipo 2) e do tipo de tratamento utilizado (principalmente quanto ao uso de insulina ou não).
Monitorização dos pacientes portadores de diabetes tipo 1
Os pacientes com diabetes tipo 1 precisam usar insulina, seja através de injeções ou através da bomba de insulina. Por esse motivo, eles precisam fazer a verificação da glicemia com maior frequência, variando de 4 a mais de 10 vezes ao dia. A monitorização glicêmica será importante para o ajuste da dose de insulina que será administrada e para que se avalie melhor quando houver sintomas que possam sugerir a queda do açúcar (hipoglicemia). No caso de pacientes com diabetes tipo 1, vale a pena que eles possuam vários aparelhos de verificação da glicemia, para deixar em todos os lugares em que eles costumem frequentar, ou, quando possível, vale a pena avaliar a possibilidade de adquirir um aparelho de Monitorização Contínua de Glicose.
Monitorização dos pacientes portadores de diabetes tipo 2
Os pacientes portadores de diabetes tipo 2 podem usar apenas medicamentos por boca ou podem precisar de esquemas variados de insulina. A frequência de verificação de glicemia em casa (auto monitorização) dependerá do tipo de tratamento: via oral ou com insulina e do tipo de esquema de insulina utilizado. Outro fator bastante importante para essa decisão é quanto ao risco de ocorrência de hipoglicemias, já que elas podem ser mais graves se os pacientes forem mais idosos, morarem sozinhos ou tiverem complicações crônicas ou outras doenças que possam agravar o quadro.
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